Quem está acostumado a beber uma cerveja gelada vai ter que preparar o
bolso a partir de janeiro de 2014. Consumir bebida alcoólica na Bahia
vai ficar mais caro, segundo informa o presidente da Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes na Bahia (Abrasel-BA), Luiz Henrique
Amaral, que concedeu entrevista, ontem.
O aumento para o consumidor será necessário em função da maior carga
tributária para o setor de bebidas no próximo ano, na Bahia. Projeto de
lei aprovado da Assembleia Legislativa, esta semana, aumenta de 17%
para 27% a cobrança de ICMS sobre bebidas alcoólicas.
Segundo cálculos da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), o aumento
no percentual do ICMS terá impacto médio de R$ 0,26 por garrafa de
600mg.
Na opinião de Luiz Henrique, não tem como o aumento do tributo não
comprometer os preços da bebida. Em Salvador e Região Metropolitana
existem cerca de seis mil bares e restaurantes que empregam 25 mil
trabalhadores diretos.
“Não posso precisar quanto será repassado para o consumidor. Hoje,
vivemos uma equação perigosa: o serviço é caro para o cliente e a
arrecadação é baixa para o proprietário. Isso não é bom porque
compromete o investimento no setor” explicou.
Ele apontou o aumento da carga tributária, a falta de segurança e a
degradação da cidade como fatores responsáveis por afugentar os clientes
e interferir no rendimento dos estabelecimentos. Para o proprietário do
restaurante Amado, no Comércio, Edinho Engel, o aumento do ICMS agrava a
situação do setor na Bahia.
“Quem está nessa área tem uma série de dificuldades. A atividade de
restaurante está cara, não dá 10% de lucro. A carga tributária e
trabalhista é enorme e, subindo ainda mais, vai comprometer o
resultado”, explicou.
Para driblar a elevação do preço das bebidas e conseguir fidelizar os
clientes, alguns bares e restaurantes apostam em promoções e descontos.
“São estratégias, mas o aumento é inevitável”, afirmou o presidente da
Abrasel.
“A venda de cervejas representa cerca de 6,5% do ICMS recolhido no
estado. Com o início das atividades da Cervejaria Petrópolis, a Bahia
passou a contar com indústrias das quatro grandes cervejarias nacionais –
Ambev, Brasil Kirin, Heineken e Itaipava.
Perspectiva
No entanto, a expectativa é positiva para 2014. Luiz Henrique acredita que o setor terá melhor rendimento por conta da Copa do Mundo e que outros eventos previstos para acontecer no Brasil ajudem a melhorar a saúde financeira do setor. Ele contou que os estabelecimentos estão se preparando para o evento e investimentos em cursos e capacitações dos colaboradores.
No entanto, a expectativa é positiva para 2014. Luiz Henrique acredita que o setor terá melhor rendimento por conta da Copa do Mundo e que outros eventos previstos para acontecer no Brasil ajudem a melhorar a saúde financeira do setor. Ele contou que os estabelecimentos estão se preparando para o evento e investimentos em cursos e capacitações dos colaboradores.
Estamos vivendo uma crise há 20 anos, em Salvador e no Brasil inteiro.
A expectativa é que no ano que vem a situação melhore por conta das
ações que estão sendo feitas neste sentido, como as obras de
requalificação da Barra, por exemplo. Nós vimos e discutimos o projeto. A
Copa do Mundo também dará um incentivo neste sentido”, explicou.
Para ele, a fama de mau atendimento que Salvador recebe está
diretamente relacionada com a situação financeira dos bares e
restaurantes da cidade. “Não se pode desconsiderar o elemento dinheiro,
mas um colaborador rende muito mais quando tem maiores oportunidades
tanto financeiras quanto de qualificação, de condições de trabalho. Mas
um estabelecimento que tem baixo rendimento não consegue oferecer esse
tipo de melhorias a seus funcionários”, afirmou Luiz Henrique.
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